Google ajudando nas musicas grátis da China. O futuro esta chegando.

O Google fez acordos com 140 selos e gravadoras - incluindo as majors Warner, EMI, Universal e Sony - para oferecer downloads gratuitos de música na China. A noticia nem é tão nova assim, pois os chineses tem acesso a esse serviço desde 30 de março. Mas o que isso significa, exatamente? E o que poderá representar como modelo para a ação das gravadoras no resto mundo?

Na discussão sobre pirataria na internet, P2P e crise das gravadoras, frequentemente se esquece o porquê de milhões de pessoas baixarem música gratuita: não é (apenas) por ser gratuita, mas principalmente pela conveniência. É por estar a um clique de distância, mais fácil do que sair de casa e ir até a loja da esquina, mais rápido do que encomendar na Amazon e esperar - que sejam - 48 horas para ter o que se quer. O Google percebeu que, se alguém vai prover essa conveniência, que seja ele e não o Pirate Bay (ou se equivalente chinês). É uma tentativa de tomar da mão dos piratas o mercado que eles ajudaram a criar. E também de chegar ao 1º lugar no ranking de tráfego na internet chinesa, hoje em dia nas mãos do local Baidu.

Assista abaixo a uma reportagem da CNN sobre a ação do Google. Nela, o analista de web Duncan Clark opina sobre o porquê da atitude “se não pode combatê-los, junte-se a eles”: as gravadoras perceberam que não conseguiriam nenhum lucro no mercado chinês, terra da pirataria mundial. Então, que tal experimentar um novo modelo de distribuição? O que teriam a perder? O lucro com os downloads deverá vir da publicidade associada à ação. Idêntico ao que ocorre na TV aberta, aonde o conteúdo é gratuito e bancado pelo anunciantes.

Na última década as empresas de tecnologia digital foram aquelas que souberam aproveitar a internet para lucrar com música. Por um lado a Apple criou um novo paradigma e novos hábitos de consumo com o iPod e sua loja do iTunes; por outro, os provedores de acesso à internet não tem do que reclamar com a pirataria, já que ela estimula os internautas a permanecerem mais tempo on line e a pagarem por conexões mais rápidas. As gravadoras ficaram chupando o dedo, mas se na China tiverem alguma chance de lucrar com a ação do Google, não terá sido por iniciativa própria: não parece haver ninguém dentro da grande indústria da música que entenda o novo mundo digital, e coube ao Google chamar os executivos das majors para distribuir parte de seu catálogo gratuitamente. Mas não por piedade, e sim para tentar dominar a internet no maior mercado do mundo.

Essa eu peguei daqui.


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