Ética: os jovens colaboradores de hoje não são mais como os de antigamente

Ética: os jovens colaboradores de hoje não são mais como os de antigamente

A perda nas empresas (principalmente no varejo) está frequentemente associada a furtos internos. Os furtos internos envolvem desde furtos através de funcionários e conluio com terceiros, até empregados de prestadores de serviço. Segundo dados do PROVAR/USP, órgão que estuda o impacto das perdas no varejo, estes representam em média 25% das causas das perdas, seguidas por furtos externos (24%), avarias (26%) e o restante se dividindo entre erros administrativos e assaltos. O furto interno associado às quadrilhas especializadas vem tornando-se discussões permanentes de institutos que estudam o impacto das perdas nas empresas, e, principalmente das empresas que possuem contato direto com o cliente. O tipo de ação de combate às quadrilhas especializadas vem aprimorando ao longo do tempo, portanto, ainda é pequena comparando com praças de primeiro mundo, como os Estados Unidos e Europa. Umas das preocupações mais evidentes são os jovens que adentram na força de trabalho das empresas a favor do crime. Apesar do aprimoramento do processo de seleção e contratação de pessoal em algumas empresas, têm ocorrido dificuldades em rastrear quadrilhas especializadas de jovens, cujo objetivo é conseguir um trabalho com o intuito de desviar mercadorias, informações e capital. Muito destes problemas estão associados à situação cultural do mundo moderno, na valorização de bens de consumo em detrimento a ética e valores morais. Quais são os valores do jovem que é contratado em sua empresa? Será que na contratação são rastreadas questões de caráter moral e ético para que um possível funcionário não seja um futuro usurpador do seu negócio? Existem várias formas de se classificar um furtante interno. Inicialmente podemos classificar através da intenção: 1) Intenção de prejudicar a empresa (está insatisfeito ou se sente injustiçado) e 2) Intenção financeira (desejo em aumentar a renda). Pode-se também classificar por situação: 1) Por oportunidade (falhas e vulnerabilidades no processo), 2) Por indução (induzido por colegas furtantes) e 3) Por iniciativa e intuito próprio (iniciativa própria de furtar). Para agravar a situação, em se tratando de jovens, algumas vezes o bem material é mais importante do que seus valores pessoais, por exemplo, possuir equipamentos de última geração, tipo notebook, celular, mp3 etc., para ser aceito no grupo; usar roupas de última moda para ter destaque no grupo; a valorização da mídia nas ações erradas, que traz a sensação que ser rebelde e errado dá mais créditos ao jovem (isto traduzido na cabeça de um adolescente, futuro empregado de uma empresa, significa que realizar um furto em uma loja é um ponto a mais de destaque no grupo). Obter êxito em furtos e se vangloriar para outros conta muito mais. As soluções para minimizar situações como estas envolvem diversas ações, tanto por parte das empresas, através da definição de processos internos e de recrutamento bem definidos, e o constante trabalho de disseminação dos valores éticos e morais, o desenvolvimento de um trabalho social em parceria entre a família e o governo em busca do mesmo objetivo, que é “aflorar” a necessidade de praticar os princípios e valores éticos e morais como norteadores das ações do dia-a-dia, cito, por exemplo, a elaboração de códigos de ética dentro das empresas, exercícios para orientação de valores morais para os funcionários, o ensino e divulgação da ética permanentemente entre adolescentes, entre outras. Lembrem-se, os adolescentes de hoje serão os futuros gestores do seu negócio.


1 Professor de Ciências Contábeis do Instituto Cuiabano de Educação - ICE Especialista em Prevenção de Perdas e Redução de Despesa Gerente de Planejamento e Controle da Logística e Prevenção de Perdas do Grupo City

2 comentários:

Anônimo disse...

De forma simples e direta, o Osvaldo consegui colocar o perfil de nossos jovens de hoje !!! Muito legal, serve para que possamos refletir sobre a maneira que estamos lidando com nossos jovens .... que serão nossos futuros executivos !!!

Dutra disse...

Ótimo artigo Osvaldo... nunca rinha visto isso por esse angulo

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